TEMPO DESTEMPERADO
Autor: Rogério Godoy
O telefone toca, e Lucian atende:
– Oi Lucian, tudo bem!?
– Tudo sim; mas com quem eu falo!?
– Desculpa Lu! Sou eu... a Mariana!
– Oi Mari. Não reconheci sua voz. Mas e ai, tudo na boa!? Muito bom te ouvir! Olha... faz muito tempo que não nos falamos. Fala aê; manda a boa!
– É que ontem eu estava olhando para a lua, e lembrei de você.
– Você... admirando a lua...?
– Ei... para! Eu posso até não gostar tanto da lua quanto você; mas...
– Mas o quê Mari!? Você nunca curtiu olhar e admirar a lua.
– Tu não muda mesmo néh!? Eu não disse que eu estava admirando a lua! Eu te disse que eu estava olhando para a lua e lembrei de você, seu “grosso”.
– Vai, desculpa aê. Você tem razão.
– É tenho; mas nunca gostei muito desse romantismo “lunático” mesmo não.
– Tudo bem; mas fala aê. Lembrou de mim e.. deu saudades?
– Sim. Vê algum problema nisso?
– Eu!? Não. Mas creio que seu namorado, sim!
– Sinto falta de sua amizade! E acho que para isso eu não preciso pedir permissão a ele, certo?
– Prefiro não expressar nenhum parecer com relação ao comportamento seu com seu namorado.
– Eu te entendo. E não é nenhuma surpresa para mim essa sua atitude. Vindo de você, não esperava outra coisa.
– E o quê na verdade você espera de mim agora?
– Seu perdão!
– Cara, você ligou para mim só pra isso.
– Você está desdenhando de mim?
– Nunca faria isso com você. Eu só vou te dizer o que na verdade, lá no seu intimo, você já o sabe: Você já foi perdoada, faz muito tempo. O amor que senti e sinto por você não me permitiria reter seu perdão. Ainda que você não o havia pedido ainda.
– Por mais uma vez, você tem razão. Eu já imaginava isso. Felizmente, suas atitudes com relação a posicionamentos cristãos, são previsíveis.
– Eu, previsível!? Não! Eu ainda posso te surpreender em muito...
– Você bem sabe que não foi isso que eu quis dizer. Só não espero nenhuma atitude desonrada de você.
– Valeu, valeu... Mas e ai, como você está!?
– Bem! ...Tenho que desligar. Gostaria de te pedir algo. Dá para ser?
– Tu és uma querida minha. Digas o que queres.
– Estou com saudades de uma atitude sua...
– Creio que já sei de qual é!
– Será que sabe mesmo!?
– Vai te catar... GAROTA!
– Valeu. Obrigado por não esquecer. Deus te abençoe!
– Adeus!!!